4º Salão Nacional de Cerâmica


A Casa Andrade Muricy, em Curitiba, abriu suas portas para o 4º Salão Nacional de Cerâmica no ano passado, em dezembro (2013). A exposição é o resultado de um processo seletivo que, nesta edição teve mais de duzentos artistas inscritos. O Salão intenciona incentivar e difundir a produção contemporânea de cerâmica no país, além de trazer à tona a poética, a pesquisa e o potencial dos ceramistas brasileiros.

O júri, formado pela pesquisadora de Artes Plásticas, professora da Universidade Federal do Rio de Janeiro e crítica de Arte, Ângela Ancora da Luz, e pelas escultoras e ceramistas Lígia Borba e Maria Cheung, apresentou ao público a seleção final de cinquenta e seis obras de trinta artistas.

Uma vez que artistas e obras haviam sido escolhidos, começou, de fato, a produção da exposição. Rebeca Gavião Pinheiro, a produtora responsável, foi quem me convidou à participar deste trabalho, como produtora-assistente. Já havia trabalhado com ela na produção da Bienal de Arte de Curitiba e, por isso, sabia que a experiência seria proveitosa, enriquecedora, prazerosa.

A produção ocorreu em pouco tempo, e tivemos que concentrar forças nos trinta dias que antecederam a abertura da exposição. Contato com artistas, designers, marceneiros, montadores, fornecedores e prestadores de serviços; fizemos o recebimento da informações e das obras, montamos listas de obras, cronograma de chegada de artistas, fizemos o acompanhamento da montagem, da iluminação, da aplicação da plotagem… Passamos dias inteiros naqueles três andares de paredes altas, brancas, daquele chão de madeira, vendo aquele espaço transformar-se…

O momento da produção em que as obras enchem e transformam o espaço é quando tenho a chance de pensar sobre aquela arte. A reflexão é leve… somente resultado da observação, do testemunho pessoal. Nesta ocasião, meu olhar encontrou a cerâmica.

A versatilidade da cerâmica me encanta muito. Me encanta o fato (poético) dela passar pelo fogo; uma metáfora de transformação e purificação intrínseca… Ali, naquela seleção de pouco mais de cinquenta trabalhos feitos do mesmo material – argila, terra, pó – tão absurdamente diferentes em estética, estrutura, proposta, tão cheios de fragilidade e força ( em forma, peso, tamanho), tão cheios de vida e história, de alguma forma, vejo a própria natureza humana, nossas possibilidades – de diferenças e igualdades – enquanto indivíduos e coletivo(s), nossos paradoxos que coabitam numa harmonia estranha e bonita.

Finalmente, tudo pronto, deu-se a cerimônia de abertura da exposição juntamente com a premiação de três artistas. Impossível não sentir uma grande satisfação. A exposição ficou aberta à visitação do dia 17/12 ao dia 30/03/2014, sempre com entrada gratuita e, apesar da minha opinião ser um tanto quanto suspeita, garanto,  ficou linda.


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