Are we all forgotten?

Depois que ele se foi, ela meio que morreu. (Às vezes, ela sinceramente acredita que teria sido melhor morrer de vez. Mas, não morreu.)

Sobrou bem pouco dela mesma. O que sobrou foi um fantasma; espectro dela mesma… Os olhos tão vazios e tão fundos que mais parecem buracos. Às vezes, sorri sozinha, sordidamente; quase acha graça no sofrimento. Nessas vezes, sente uma quase-alegria nostálgica e, os olhos brilham timidamente. Brilha também a pontinha do cigarro – um dos mais palpáveis vestígios dele. Ela não fumava antes. E, de acordo com ele mesmo, ela nem fumar sabia, soltando toda aquela fumaça. Ele não está mais por perto e, um pouco por isso mesmo é que ela faz questão de soltar toda a fumaça, como se com ela pudesse decompor palavras, sentimentos, memórias.

Ela queimou as fotos em que ele aparecia. E, acabou queimando até sua própria figura impressa quando esta escolhia abraça-lo e beijá-lo e sorri-lo e iluminar-se dele. Irrita-se, sufocada com o poder da lembrança. E, sabe que como a fumaça, desfaz-se aos poucos e está ficando invisível. De tão esquiva, mal consegue-se encontrá-la.

Tanta dor de um amor tão fugaz. Tanta morte, tanto choro, tanta cinza, tanto cinza…

Mas ela não se arrepende.

Photo.

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