As vozes desses mortos…

Os Meus Livros.

“Os meus livros (que não sabem que existo)
São uma parte de mim, como este rosto
De têmporas e olhos já cinzentos
Que em vão vou procurando nos espelhos
E que percorro com a minha mão côncava.
Não sem alguma lógica amargura
Entendo que as palavras essenciais,
As que me exprimem, estarão nessas folhas
Que não sabem quem sou, não nas que escrevo.
Mais vale assim. As vozes desses mortos
Dir-me-ão para sempre.”
[Jorge Luis Borges. A Rosa Profunda]

meus livros

Uma das coisas que mais me encanta na poesia é o poder de expressar o sentimento, o pensamento, a experiência, a essência de outra pessoa que não do autor. Me encanta, me assombra, me atrai, me apaixona.

Esse poema, do lindo do Jorge Luis Borges, podia ter sido escrito por mim – se eu tivesse o talento dele, haha. Mais ainda! Podia ainda, ter sido escrito sobre mim – se ele tivesse me conhecido. (Isso, sim, seria demais! Ir ao bar com ele?! Eu queria). Esse é com certeza um dos motivos porque eu amo os meus livros: eu leio porque me encontro.

Fonte (foto): http://pinterest.com/pin/46513808624290221/


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