Categoria: Devaneios
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Sem título. (Nem que quisesse poderia ter)
Era para ser uma oração – subir junto com o incenso. Talvez possa ser isso também, mas antes de dizer para qualquer pessoa – mesmo que seja alguém que já saiba, mesmo que seja Deus – preciso dizer para mim mesma, porque o caos faz com que eu confunda as letras, as palavras, as línguas,…
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Slow dancing in a burning room.
O livro que me traz até aqui chegou tem uns dois, três dias. Chegou pelo correio, eu comprei pela internet, mas de um sebo, de forma que o livro é usado e alguém já o leu e fez o que eu tinha esperança que fizesse: anotações nas páginas. Essa pessoa que leu o livro e…
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Are we all forgotten?
Depois que ele se foi, ela meio que morreu. (Às vezes, ela sinceramente acredita que teria sido melhor morrer de vez. Mas, não morreu.) Sobrou bem pouco dela mesma. O que sobrou foi um fantasma; espectro dela mesma… Os olhos tão vazios e tão fundos que mais parecem buracos. Às vezes, sorri sozinha, sordidamente; quase…
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Noturno
Abro os olhos A noite ainda escura Respiro devagar O ar gelado me inebria, me amarra em perguntas que eu não sei responder “Até quando? Por que tanto? Onde está você?” Fecho os olhos Travo o peito, e a garganta Os músculos das costas que carregam minhas asas, ardidos reclamam sua dor As lembranças me…
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Teu poema
O poema abaixo foi inspirado por uma música, “Affection” (Cigarettes after sex). Recomendo que escute ela ao ler o poema 🙂 – Espero três segundo e respiro Mentalizo o som e cada letra Antes de escrever teu nome Antes de pronunciar baixinho depois Você fumando na cama, nos lençóis desarrumados, O seu sorriso malicioso, sarcástico e…
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Meu poema
“Eu quero escrever um poema para você”, e sorriu. Um corpo no outro Os dois mergulhados Num mar branco e florido De algodão “Escreve um poema em mim então”, e sorriu. Beijou a pontinha do nariz dela Mordeu o ombro Escreveu nas costas Meu silêncio E minhas palavras mais doces Meu coração, meu peito aberto…
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Teu nome em tudo
Toda chuva Toda água que pinga na calha Todo tédio Todo remédio que engulo como hóstia Toda mágoa que acompanha a lembrança Toda memória Toda nostalgia Toda a luz da tarde fria Todo o cinza e o verde do lado de fora da minha janela Toda lentidão da espera Todo o canto, de toda melodia…
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Eu deserto
Uma tonelada no punho Uma vez. Outra, e mais outra. E nos ossinhos vermelhidão. Respiro, um, dois, suspiro, respiro pesado. Não adianta! Uma tonelada no punho, contra o azulejo lilás. Outra vez, outra, outra, outra, outra. Agora sim, sangue escorre da pele rachada. Choro um milhão de lágrimas e urro. Desisto e lembro da primeira…