Categoria: Uncategorized

  • Hello world!

    Welcome to WordPress. This is your first post. Edit or delete it, then start writing!

  • MEDUSA

    MEDUSA

    I meant it as a compliment

    and you turned it

    Into stone

    M.

  • Não sou poeta

    Não sou poeta

    Não sou poeta

    Victor Heringer

    Agora que os estalos da adolescência passaram
    e a vida assenta como uma cômoda de mogno

    agora que os joelhos estalam quando me levanto
    sem mulher, sem filhos, mas com emprego estável
    é preciso admitir que não sou poeta.

    Embora o meu amor esteja solto no mundo
    violento, semicego e ferido no ombro
    não sou poeta.

    Todos me felicitam. Que bom, dizem
    vida de poeta é muito difícil.

    Logo a gente chega a ser homem
    e acaba com as coisas de menino.

    A vida afunila.

    Eu tinha dois, três truques nos bolsos
    de calças compradas em shoppings.

    Não soube nunca comprar como poeta
    a longa espera por um par de sapatos
    sentinela no deserto.

    Os sapatos são fabricados e os pés dos poetas passam anos se
    deformando. Até que um dia cabem.
    Por isso qualquer roupa parece velha
    no corpo de um poeta.
    Por isso estão sempre se desculpando
    pelas roupas velhas.
    Mas em segredo se orgulham.

    Embora eu tenha um corpo
    que pode ser confundido com o corpo de um poeta
    não sou poeta.

    Tenho as pernas fortes e os braços magros.
    O torso amolecido dos boxeadores
    os órgãos de dentro estropiados.

    Mas quem me vê nu instintivamente sabe que não sou poeta.

    Não levantei a mão esquerda em golpe de dançarina de flamenco ao
    ler Jaime Gil de Biedma para os meus amigos,
    embora tudo tenha conspirado para isso.
    Para que se me entranhassem as coisas.

    Concluo que não sou poeta.

    Tenho os dedos frios de um técnico em informática
    e sou triste como um técnico em informática
    mas não sou tão triste quanto um barbeiro.

    Eu li todos os tratados da métrica portuguesa.

    Assinei dois contratos como poeta
    que doravante já não têm validade.
    Assinarei um terceiro, como última traição.

    Serei perdoado por todos.

    Doravante vão reinar o olho e a raiva.

    As melhores botas para caminhar na areia
    os cálculos de longas distâncias
    os treinamentos de apneia.

    O amor virá até mim como vai aos jornalistas e CEOs, aos sushimen
    de São Paulo (SP) que vieram do Ceará – ideais porque têm mãos quentes.

    As partes elegem o Foro da comarca de São Paulo (SP), renunciando a qualquer outro, por mais privilegiado que possa ser, para dirimir todas as questões surgidas quanto à interpretação ou execução deste contrato que não puderem ser resolvidas amistosamente.

     

    Esse poema não é meu, é de Victor Heringer.
    Amei atrasado, tristeza. Que triste.

  • In Memory Of My Feelings

    In Memory Of My Feelings

    My quietness has a man in it, he is transparent
    and he carries me quietly, like a gondola, through the streets.
    He has several likenesses, like stars and years, like numerals.

    My quietness has a number of naked selves,
    so many pistols I have borrowed to protect myselves
    from creatures who too readily recognize my weapons
    and have murder in their heart!
    though in winter
    they are warm as roses, in the desert
    taste of chilled anisette.
    At times, withdrawn,
    I rise into the cool skies
    and gaze on at the imponderable world with the simple identification
    of my colleagues, the mountains. Manfred climbs to my nape,
    speaks, but I do not hear him,
    I’m too blue.
    An elephant takes up his trumpet,
    money flutters from the windows of cries, silk stretching its mirror
    across shoulder blades. A gun is “fired.”
    One of me rushes
    to window #13 and one of me raises his whip and one of me
    flutters up from the center of the track amidst the pink flamingoes,
    and underneath their hooves as they round the last turn my lips
    are scarred and brown, brushed by tails, masked in dirt’s lust,
    definition, open mouths gasping for the cries of the bettors for the lungs
    of earth.
    So many of my transparencies could not resist the race!
    Terror in earth, dried mushrooms, pink feathers, tickets,
    a flaking moon drifting across the muddied teeth,
    the imperceptible moan of covered breathing,
    love of the serpent!
    I am underneath its leaves as the hunter crackles and pants
    and bursts, as the barrage balloon drifts behind a cloud
    and animal death whips out its flashlight,
    whistling
    and slipping the glove off the trigger hand. The serpent’s eyes
    redden at sight of those thorny fingernails, he is so smooth!
    My transparent selves
    flail about like vipers in a pail, writhing and hissing
    without panic, with a certain justice of response
    and presently the aquiline serpent comes to resemble the Medusa.

    – Poem by Frank O’Hara

    Found it here.

  • Untitled, unfinished, and dirty as I am.

    Untitled, unfinished, and dirty as I am.

    What wouldn’t I give to have wings?
    What wouldn’t I give to be free?
    I’m tired and I can’t sleep
    I’m hungry and I can’t eat
    Let me love you, let me love you babe
    (Oh fuck, oh wonder – there is no one to love)
    Dizzy I opened a thousand doors
    They’re all empty, they all lead nowhere
    (We lost it to trying)
    And I ended up even more lost and dizzy and dazzled

    I thought I had found the limit of skeptical and unbelief some time ago
    But there is always some more down and empty to go, apparently
    My mouth my heart my body is on the ground
    I feel the hot water numbing my tired bones, this half living corpse that aches in every inche of its skin
    I come back to my troubled senses when, (yet) in the ground, the warmeness surrounds me to the point of sweetly invinting me to drown… if I just let go.

    I loved the sea, the sky, the sun, the adventure, the wind through the windown of the car fast going, the romance…
    I wished for dreams (I wished you were mine), I wished for sails
    I was left with anchors and the salt water of tears, so wet I am clean.

     

  • Não tem título, não tá pronto e foda-se.

    Não tem título, não tá pronto e foda-se.

    Fujo do teu olhar tanto quanto o procuro
    Passei a desejar o desespero de ter seus olhos sobre mim
    Não tem ponte que concilie essa desgraça.
    Eu devia morrer de medo, eu devia morrer de raiva. Não consigo.
    Você me obriga a dançar: cada passo que dou em direção à fuga, avanço dois em direção aos teus braços, aos teus olhos (que me laçam).

     


    photo.

  • Dia 18/05 – Dia Internacional dos Museus

    Dia 18/05 – Dia Internacional dos Museus

    Dia 18 de maio é o Dia Internacional dos Museus.

    A data tem “como objetivo sensibilizar sobre o papel dos museus no desenvolvimento da sociedade”. A ideia é que a comunidade saiba quais são os museus, quais os aspectos que eles abordam em pesquisa, atividades e exposições; trazer as pessoas para mais perto para que possam conhecer e se relacionar com estes espaços da cidade.

    Você sabe quais são os museus de Curitiba?

    Temos, é claro, o lindo, o MON ! 🙂 O Museu Oscar Niemeyer tem três principais focos: Artes, Design e Arquitetura. Além do MON, ainda nesta área, temos o MAC – Museu de Arte Contemporênea do Paraná, o MIS – Museu da Imagem e do Som, o Museu Alfredo Andersen, o Museu Metropolitano de Arte de Curitiba (MuMA), e o Museu de Arte da UFPR.

    Há também os museus que contemplam outros temas – históricos e sociais, por exemplo – como o Museu de Arte Sacra, o Museu Paranaense, o Museu do Expedicionário, o Museu de História Natural, o Museu do Automóvel, Museu do Telefone, Museu Botânico de Curitiba, Museu de Arqueologia e Etnologia da UFPR, Museu do Holocausto de Curitiba, Museu Egípcio (Ordem Rosa Cruz); além de uma grande quantidade de espaços expositivos e culturais.

    Mesmo eu que não sou a maior fã de Curitiba, fico bastante feliz e orgulhosa por essa significativa quantidade de espaços de difusão da arte, cultura e conhecimento 🙂

    Quantos vocês conhecem? Espero que inspirem-se em conhecer mais museus e, caso ainda não conheçam o MON, que comecem por aqui! 🙂

    Beijinho,

    Lis.

  • Saudades

    Saudades

    Um sabiá cantou.
    Longe, dançou o arvoredo.
    Choveram saudades.

    [Helena Kolody] – traduzindo meu coração que hoje transborda de saudade ♡

    saudades

    foto.

  • Possessed

    Possessing what we still were unpossessed by,
    Possessed by what we now no more possessed.
    Something we were withholding made us weak
    Until we found out that it was ourselves

    Robert Frost.
    via. 

    Roy Lichtenstein 1960s

     

     

     

     

     

     

     

     

     

     

     

    Roy Lichtenstein, 1960s, via.