Marília e Cecília entraram no hostel e logo sentiram-se, de fato, viajando: cada um lá diferente, falando uma língua, interligados e ao mesmo tempo, soltos em suas próprias jornadas.
Instalaram-se rapidamente. Trocaram de roupa e já pegaram a primeira van disponível para ir às Cataratas, do lado brasileiro. Sol, sol, sol queimando a pele. Cecília não conseguia parar de sorrir e, por vezes, reclamava (rindo) do silêncio e da “ausência” de Marília. Esta, sorria e dizia (com muita sinceridade) estar feliz de estar com a amiga lá, afirmando que seria marcante… uma memória para sempre da amizade delas; logo depois, respirava fundo para conseguir segurar a lágrima quente e esfregava as mãos sobre os braços para espantar o arrepio que lhe surgia sempre que segurava o choro.
No dia seguinte, o lado argentino! Dessa vez, bem pertinho – quase dentro – da Garganta do Diabo. Passaram um longo tempo apoiadas à grade que as separava daquele estrondo da natureza, em silêncio, atônitas com a grandeza, com a beleza, com o sentimento de serem tão pequeninas diante daquilo (e de todo o resto). Foi então que Marília disse “que lugar lindo para morrer…”, quase num sussurro. Cecília olhou-a com espanto e incredulidade e, ficou sem reação quando recebeu o abraço amoroso da amiga. Antes que conseguisse sair do transe, Cecília viu Marília jogar-se na água, infinito a dentro, para nunca mais a ver de novo.
Fotos: acervo pessoal protegidas sob a lei de direitos autorais (a.k.a. se quiser usar, me pede com jeitinho, né? Haha).
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