Noturno

Abro os olhos
A noite ainda escura
Respiro devagar
O ar gelado me inebria, me amarra em perguntas que eu não sei responder
“Até quando? Por que tanto? Onde está você?”

Fecho os olhos
Travo o peito, e a garganta
Os músculos das costas que carregam minhas asas, ardidos reclamam sua dor
As lembranças me confundem, criam esperanças de sete cabeças, me atiram à miragem de você

Abro os olhos
A noite ainda escura
Não dissipa, se alastra
Como água negra me arrasta
A noite me conquista
A escuridão sou eu

image: marco rea.

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