Bienal Internacional de Curitiba (e eu, no MON)

Muita gente me perguntou porque eu estava sumida nesses últimos meses. A resposta, em geral, era curta: a Bienal (de Arte) de Curitiba. Isso porquê eu estava correndo tanto que nem tempo/força eu tinha de responder melhor. Agora que o “pior” já passou, resolvi que seria legal compartilhar melhor com vocês o motivo da minha ausência, cansaço e alegria.

Há alguns meses fui chamada para fazer parte do time de produtores da Bienal de Arte de Curitiba. Como a Bienal acontece em vários lugares da cidade ao mesmo tempo, esse time de produtores foi dividido, ficando um ou dois produtores por lugar ou setor. Nessa divisão, eu  e a Rebeca Gavião Pinheiro (produtora linda e foda) ficamos responsável pelo Museu Oscar Niemeyer (o MON ou, “Museu do Olho” – modéstia à parte, o lugar mais legal, cof cof, haha).

Aí, ok. Tu me pergunta “Lis, o que é que um produtor cultural faz?”. E eu começo respondendo: muitas coisas; depende bastante do projeto e do contrato. E, como fica chato explicar todas as várias possibilidades, vou explicar parte do que eu tive que fazer neste projeto específico da Bienal. Eu fui contratada para fazer pré-produção, produção e pós-produção. E é por isso que, com a abertura da Bienal, minha rotina volta a ficar mais tranquila. Agora que tudo foi feito, tecnicamente  só volto a trabalhar (nisso) em Dezembro quando a exposição chega ao fim e é preciso fazer a pós-produção.

Tá. “E o que diabos tu fez tanto até agora?”, tu me pergunta. Bom… nessa primeira parte, eu e a Rebeca agendamos os serviços dos prestadores de serviços (equipe de marcenaria, iluminação, montagem…), cuidamos de compras ou locação de materiais, cuidamos de questões burocráticas e administrativas (em conjunto com a equipe de Planejamento Cultural do museu) como, por exemplo, “Laudo Técnico” das obras (que diz respeito ao estado de conservação de cada obra); estivemos em contato direto com os curadores e alguns dos artistas, acompanhamos a montagem propriamente dita e, estivemos lá de plantão, multiplicando-nos em mil, correndo para cima e para baixo por aquele museu imenso (e sinal de celular quase inexistente!) e, fazendo de tudo para acertar todos os detalhes para o grande dia, o dia da abertura.

Bienal é, além de um conjunto gigantesco de exposições, artistas e obras de arte, um evento gigante (150 artistas dos 5 continentes em mais de 100 espaços de Curitiba!). A Bienal de Curitiba é também um evento “misto”: promovido por instituição privada através de Projeto de Incentivo à Cultura, do patrocínio de diversas empresas, da contratação de inúmeros prestadores de serviço e da parceria com uma série de instituições públicas (como, por exemplo, o MON). Só no MON são quatro salas expositivas (além da Torre do Olho), mais de 200 obras e, cerca de 30 artistas. (É coisa pra caramba! Haha). Isso tudo gera um processo de produção bastante ramificado, muitos detalhes administrativos, processuais e burocráticos que se estendem a várias partes da equipe e, claro, muito trabalho prático.

Isso quer dizer que, trabalhar em uma Bienal demanda de cada membro da equipe (demandou de mim!) grande comprometimento, empenho e agilidade para transitar por diferentes áreas de conhecimento e desempenho – de arte até a mais simples técnica para arrancar parafusos, de cálculos e telefonemas à caminhadas longas pelo Centro Histórico em busca de antigas cadeiras e espelhos para uma instalação.

Para mim, tem sido um experiência incrível. Trabalhei muito e me empenhei para fazer o melhor e aprender o máximo. Pude observar de perto e cooperar com gente que é foda no que faz: curadores, produtores, artistas… Claro que nem tudo saiu exatamente como planejávamos e queríamos mas, apesar disso, sem dúvidas o que foi realizado me deixa feliz, orgulhosa, confiante e motivada para fazer e aprender ainda mais e melhor.

Então foi isso. Alguns meses de trabalho intenso dentro do museu mais lindo da cidade justificam minha ausência. E, para comprovar, espero que vocês vão ao museu ver a exposição linda e meu nome na parede. Pra quem for: aproveita e me liga. Marcamos um café e, prometo um tour da expo com direito à detalhes que não são pertinentes aqui (haha).

Des bisous ;*

Para mais infos sobre a Bienal: www.bienaldecuritiba.com.br

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(Acima) Frame da performance em vídeo Midas (2009), de Armando Queiróz, em exposição no MON.

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As imagens acima são de Claiton Biaggi (e outras mais podem ser encontradas na página do facebook da Bienal).


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