Minha vózinha é uma grande figura, muitíssimo peculiar e, traz em sua essência uma das grandes características da família: o tragicômico encarnado.
Meu avô morreu há um ano e meio e, desde então ela está muito triste e solitária. Hoje em dia, na verdade, ela está muito mais feliz do que triste… mas, é uma felicidade diferente, né? Acho que nunca mais será completa. De qualquer forma, é uma situação que oscila o tempo todo…
E num desses dias em que ela estava mais tristinha, dizendo que não tinha mais razão ou motivação para viver, eu fui lá tentar consolá-la.
– Vózinha! Não diz isso. Não é verdade… Você tem coisas para motivá-la; tem coisas que ainda quer ver, fazer e viver antes de morrer, não tem?
Ela ficou em silêncio, duvidosa.
– Você não quer ver o Israel casar?
– Sim, eu quero. Ela respondeu rindo.
– Você não quer me ver casar?
– Sim! Eu quero, filha. Respondeu rindo mesmo.
– Você não quer ver a Even ter filhos?
– Hm… Não, isso eu não quero, não.
Aí eu fui obrigada a rir. E, enquanto eu ria, ela explicava o porquê ninguém mais deveria ter filhos: este mundo está uma grande bagunça e perdido em perversão. E, aí? Como discordar?
Foto: não é a vovó del Barco. Acho que ela nunca deixaria eu fazer uma foto dela assim, haha :~
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